Líquor | Líquido Cefalorraquidiano (LCR)
O líquor (LCR), também conhecido como líquido cefalorraquidiano, é um fluído corporal transparente, incolor e límpido. Popularmente conhecido como líquido da espinha, é produzido nos ventrículos cerebrais do nosso Sistema Nervoso Central (SNC) e ocupa um espaço no cérebro e na medula espinhal.
Sua produção e reabsorção são constantes, tendo sua circulação no espaço subaracnóideo, ou seja, entre as meninges – membranas delicadas que envolvem o Sistema Nervoso Central.
Protege o cérebro de forma mecânica, amortecendo choques contra a superfície interna do crânio, reduzindo danos em caso de concussão, mas também atua como lubrificante natural.
A aparência do líquido deve estar límpida e incolor (cristalina); aparências anormais, como turvo (falta de transparência), avermelhado ou amarelado, têm relação com um ou mais tipos de doença. Mesmo em seu aspecto normal, pode haver alterações que sejam descobertas através de análise laboratorial minuciosa. Por isso é importante que o médico que fez a coleta traga informações clínicas do paciente para a análise laboratorial do líquor.
Desde o final do século XIX a analise do liquido cefalorraqueano vem sendo significativamente importante para o diagnóstico de doenças do Sistema Nervoso Central, entre elas: meningites, hemorragias, doenças inflamatórias, doenças neoplásicas, doenças desmielinizantes, Esclerose Múltipla, Leucemias, Linfomas, entre outras.
Nos casos de Leucemias, Linfomas e algumas infecções, o exame também tem a função de tratamento, pois na mesma punção da coleta pode-se introduzir a medicação quimioterápica no canal medular como parte do tratamento.
O médico é especializado no procedimento e deve evitar e controlar possíveis desconfortos e ansiedades do paciente para que tudo ocorra de forma tranquila.
Não há preparo específico para o exame de líquor. O paciente deve estar alimentado e acompanhado.
Existem três maneiras clássicas para punção (coleta) de amostra de LCR para análise laboratorial. As mais utilizadas na rotina de neurodiagnóstico são a lombar (nas costas) e a suboccipital (na parte ínfero-posterior da cabeça) ou cisternal (na região da nuca).
As punções lombar e cisternal devem ser feitas com o paciente deitado, em plano horizontal lateral direito ou esquerdo, com musculatura relaxada e respirando tranqüilamente.
O paciente em plano horizontal lateral deve dobrar as coxas sobre o abdome e curvar a cabeça sobre o tórax.
Fazendo-se em posição deitada, evita-se vertigem e desmaios que podem ocorrer na posição sentada e temos uma manometria (medida de pressão) mais fiel.
A posição sentada fica reservada aos casos de insucesso da punção deitada ou em casos particulares de impossibilidade do paciente permanecer em repouso horizontal.
Esse procedimento é feito com uma agulha de fino calibre (22G preferencialmente ou 21G) e descartável, provocando uma dor semelhante àquela para puncionar sangue venoso.
A utilização da via lombar apresenta as seguintes vantagens: não há risco grave de lesão de veias ou artérias; a maioria das doenças medulares ou radiculares podem ser diagnosticadas com maior segurança; possibilidade de detecção de células neoplásicas ao exame de LCR é significativamente mais elevada; a capacidade discriminativa no diagnóstico de processos inflamatórios e/ou infecciosos crônicos é substancialmente maior devido à concentração protéica; testes imunológicos, especialmente aqueles que utilizam técnicas mais refinadas e atuais, têm sido especialmente padronizados para amostras obtidas da região lombar.
Portanto, os riscos da punção lombar são mínimos. Cerca de 10 a 30% dos pacientes podem sentir dores de cabeça e/ou nas costas. Dormências transitórias e dor local também podem ocorrer.
A dor de cabeça que às vezes ocorre é também chamada cefaléia pós-punção e ocorre com maior freqüência em mulheres magras e jovens, entre 15 e 40 anos de idade, sobretudo quando apresentam cefaléia (dor de cabeça) crônica. Sua frequência e gravidade diminuem significativamente quando o paciente é previa e pessoalmente informado pelo médico, quando se utilizam agulhas de calibre fino, de preferência 22G, quando se executa a punção sem intercorrências e quando o paciente permanece em repouso, ainda que relativo, durante algumas horas após a punção.
Para se evitar a dor de cabeça após a coleta o paciente deve ir para sua casa, permanecer em repouso, deitado por no mínimo 24 horas, sem travesseiro, de preferência na posição de barriga para baixo. Se precisar se levantar deve fazê-lo de maneira suave com o mínimo esforço e pelo menor tempo possível, apenas para as necessidades básicas.
O paciente deve hidratar-se bem, muito líquido à vontade (água, sucos, refrigerantes, café, etc.). A alimentação é normal, se possível no leito.
O repouso e a hidratação são muito importantes.
Com informações do
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