Você conhece a SARA (Síndrome de Angustia Respiratória do Adulto) ?
DEFINIÇÃO
Estado de desconforto respiratório de alto risco decorrente de uma lesão pulmonar aguda, com diminuição da oxigenação (PaO2/FiO2 < 200), infiltrado pulmonar bilateral e PAOP normal (pulmonary arterial occlusive pressure < 18 mmHg).
CAUSAS TÓXICAS
- Aspiração de hidrocarbonetos
- Inalação de irritantes (cloro, NO2, fumaça, ozônio, altas concentrações de oxigênio, fumos metálicos, gás mostarda)
- Opiódes (heroína, morfina, dextropropoxifeno ou metadona).
CAUSAS NÃO TÓXICAS
- Aspiração pulmonar (freqüentemente ocorre associada à intoxicação)
- Doença sistêmica aguda e grave, como infecção, trauma ou choque.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Posteriormente, o paciente torna-se mais cianótico e com aumento da dispnéia e taquipnéia. Os estertores são mais proeminentes. O raio X pode mostrar completa opacificação.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
- Edema pulmonar agudo cardiogênico
- Pneumotórax
- Pneumonia bacteriana ou viral
INVESTIGAÇÕES RELEVANTES
- Gasometria arterial - diminuição de PaO2 com relação PaO2/FiO2 abaixo de 200
- Raio X de tórax - pode variar de infiltrado pulmonar bilateral até opacificação completa
- Investigação hemodinâmica por cateter de Swan-Ganz - pressão arterial pulmonar oclusiva (PAOP) abaixo de 18 mmHg.
TRATAMENTO
O tratamento inclui:
- Ventilação mecânica com volume controlado (volume = 6 a 10 mL/kg) e alta concentração de oxigênio. A FiO2 deve ser suficiente para manter uma oxigenação adequada (PaO2 > 90 mmHg ou SaO2 > 92%). Pressão positiva expiratória final pode ser utilizada (5 a 10 cm H2O), cuidadosamente devido ao risco de barotrauma.
- Restrição de fluidos para diminuir PAOP e edema pulmonar.
- Decúbito lateral ou ventral e suporte respiratório extracorpóreo tem sido proposto em pacientes não responsivos à adequada ventilação mecânica.
- Inalação de Oxido Nitroso, que pode ser benéfico melhorando a hipertensão pulmonar e as trocas gasosas.
- N-Acetil-Cisteína EV, que poderia aumentar os surfactantes pulmonares.
EVOLUÇÃO CLÍNICA E MONITORIZAÇÃO
Numerosas complicações podem ocorrer levando a falência de múltiplos órgãos.
O tratamento da SARA requer monitorização rigorosa de:
- Gasometria arterial,
- Parâmetros respiratórios,
- Parâmetros hemodinâmicos, especialmente pressão de artéria pulmonar (cateter de Swan-Ganz),
- Oximetria de pulso,
- Raio X de tórax.
COMPLICAÇÕES TARDIAS
Fonte: Saúde em Movimento
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